quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Qual é a sociedade que queremos?

Qual é a sociedade que queremos?


 Precisamos encontrar a resposta para esta pergunta, pois só assim nossas reivindicações, manifestações e, porque não, revoluções, poderão trazer verdadeiro benefício para nós. Mas o que é a sociedade senão um grupo de pessoas. A sociedade ideal é aquela que é ideal para as pessoas que vivem nela. Para saber qual a sociedade que queremos, precisamos entender o que nós queremos. Antes de imaginar como será essa sociedade, precisamos descobrir o que a menor célula da sociedade, o indivíduo, precisa. Qual é o papel desse indivíduo na sociedade? Quais seus deveres para com ela? O quê ele recebe em troca, seus direitos, nessa sociedade?
 A sociedade só é verdadeiramente boa se for boa para todas as pessoas. Uma sociedade em conflito não pode ser uma sociedade boa. Por mais que haja diferenças, quando elas se transformam em conflitos então alguma coisa não vai bem nessa sociedade. Defender a luta de classes é semear o ódio, o conflito e o caos. Precisamos sempre nos perguntar: quem ganha com isso? Não que tenhamos que aceitar pacificamente nossa exploração e espoliação, mas devemos encontrar o equilíbrio entre as diferenças, porque as pessoas não são, e jamais serão iguais, isso é justiça verdadeira, igualdade.
  Passemos então a analisar o indivíduo dentro da sociedade.

O indivíduo social


 O indivíduo é fruto da sociedade que o gerou, desde pequeno ele vai aprendendo os costumes, a língua, a cultura daquela sociedade na qual ele nasceu. Porém, vivemos hoje num mundo globalizado, onde a educação é globalizada, a mídia é globalizada, ou seja, a cultura é globalizada. Claro que os traços locais sempre vão existir, mas de um modo geral vivemos num mundo globalizado. Globalizado pelas potências mundiais, ou seja, por mais que se negue isso, ainda vivemos dentro da lógica colonialista, imperialista. Devemos admitir o intercâmbio de culturas, a globalização igual, agora, o que estamos vivendo, é uma invasão cultural, imperialismo cultural, e não se enganem achando que é só os EUA que nos dominam. Hoje vemos uma corrente socialista se espalhar pela América Latina, fruto de intensa propaganda comunista no século XX. Somos dominados tanto por um, quanto por outro. Tanto que não conseguimos imaginar uma outra lógica, um mundo que não seja nem capitalista e nem comunista/socialista, mas perceba que nenhuma dessas correntes está sinceramente preocupada com o indivíduo. Uma defende a luta de classes disfarçadamente através da competição, do falso mérito, onde todos podem enriquecer. Claro que isto é falso, pois o rico tem uma vantagem enorme nessa competição. A outra defende abertamente a luta de classes, na verdade quer forçosamente abolir as classes e instituir a igualdade, mas não é o princípio da igualdade real, é uma igualdade forçada, e como forçar isso senão através de uma ditadura, então, admitindo-se que haja um governo para forçar essa igualdade, essa igualdade jamais existirá, pois haverá a classe dominante (o governo) e a classe dominada (o povo), por isso, o discurso comunista é tão falso quanto o discurso capitalista.
 Precisamos então romper um pouco nossa barreira cultural, além do mais, uma sociedade sem conflitos só será verdadeira se for uma sociedade mundial. Não que deva haver um governo no mundo todo, até porque esse é o plano tanto dos capitalistas quanto dos comunistas, mas enquanto houver dominadores e dominados, desenvolvidos e explorados, então não haverá igualdade verdadeira. A exploração acontece dentro de cada sociedade e entre as sociedades, dentro da sociedade global, onde cada sociedade menor, cada país, exerce o papel de indivíduo, o indivíduo social. Para entender melhor esse raciocínio suponhamos que o Brasil alcance essa "sociedade ideal", ela jamais seria ideal se continuássemos negociando com outros países que ainda não atingiram esse patamar, pois estaríamos movimentando a roda da desigualdade. Alimentando aquelas economias estaríamos fazendo girar a roda da desigualdade e da exploração desses outros países, então ao invés de termos nos tornado uma sociedade ideal, simplesmente passamos de explorados para exploradores, dentro da grande sociedade global. Então, ao pensarmos no indivíduo, devemos pensar no indivíduo independente de sua cultura, pois na essência somos todos iguais, o que nos diferencia é justamente a cultura, e a personalidade, sendo que a cultura pode ser considerada uma personalidade coletiva.
 Só para reforçar o conceito, indivíduo social pode se referir à pessoa física propriamente dita ou a uma pequena sociedade dentro de uma sociedade maior. Por exemplo, uma cidade é um indivíduo social quando temos como base a nação.
 No próximo texto vamos começar a tentar definir o papel desse indivíduo dentro da sociedade, quais suas necessidades e seus deveres.

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