quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ciclos da Vida

 Ciclos da Vida


   Conforme já vimos, a expectativa de vida é de 75 anos, este é o ciclo de vida completo. Dividido por dois, temos 37 anos, meia vida. O ser humano leva 37 anos para atingir o ápice da maturidade, e durante os 37 anos seguintes o corpo vai perdendo a força até o término da vida. Esse é o tempo que uma pessoa deve se dedicar ao trabalho, ou seja, 37 anos de serviço deve ser o prazo máximo para a pessoa se aposentar. A pessoa deve constituir família até no máximo 37 anos, depois disso deve se concentrar em desenvolver esta família, educar os filhos, constituir seu patrimônio para poder depois gozar da aposentadoria.
   Dividido por três, temos 25 anos. Esse é o tempo que leva para o ser humano amadurecer, é o tempo que dura sua fase madura, é o tempo que leva para envelhecer até a morte. Até os 25 anos de vida, a pessoa deve se dedicar aos estudos e sua formação como profissional e como cidadão. Dos 25 aos 50 anos a pessoa vive sua fase produtiva. Após os 50 anos de idade, a pessoa começa a envelhecer e o ritmo de trabalho deve ser menor. O ideal seria as pessoas após essa idade se dedicarem a ensinar o seu ofício, ou atuarem como conselheiros, consultores, ajudando os mais novos com sua experiência. Esse também é o período mínimo para o cidadão poder ter sua aposentadoria. Ninguém deverá se aposentar antes de ter prestado pelo menos 25 anos de serviço. Existem casos de invalidez e incapacidade, porém, caso a pessoa sofra algum revés como acidente ou doença, deve ser verificada a possibilidade de remanejamento daquela pessoa. Por exemplo, um torneiro mecânico que sofreu um acidente de trabalho e perdeu alguns dedos da mão. Sua habilidade como torneiro mecânico está comprometida, mas ele ainda pode trabalhar em outras áreas dentro da mesma metalúrgica, fazendo serviços administrativos, por exemplo, ou ainda, dando aulas, cursos, antecipando aquilo que ele faria quando ficasse mais velho. Somente se a pessoa ficou totalmente incapacitada, sem possibilidade de atuar em nenhuma área (dentro daquele setor da economia onde ele já trabalhava), aí sim poderia ser dada a sua aposentadoria precoce por invalidez. A idade mínima para a aposentadoria é 50 anos.
   Dividido por quatro, temos 19 anos. Esse é o prazo para o término da vida escolar da pessoa. Dividido por 5, temos 15. Com 15 anos o cidadão deve ter concluído o ensino básico e assim atinge sua maioridade, ou seja, atinge a sua plena capacidade de cidadão. Até os 15 anos a pessoa deve ser considerada uma criança, após os 15 anos, ao se formar no ensino básico, passa a ser um cidadão e tem todos os direitos e deveres. Faltando 15 anos para o término do ciclo da vida, ou seja, com 60 anos, a pessoa deixa de ser considerada um cidadão para ser um ancião. Mais pra frente iremos abordar mais profundamente o papel das crianças, cidadãos e anciãos na sociedade.
   Dividindo por seis, temos 12. Esse é o ciclo médio dentro da vida das pessoas. Até os 12 anos somos crianças. Dos 12 aos 25 somos jovens. Dos 25 aos 37 é a fase de constituição da família. Dos 37 aos 50 é a fase de crescimento material da família. Dos 50 aos 62 anos vem a fase de término da vida produtiva, aposentadoria. A partir dos 62 anos é a fase final da vida, a velhice propriamente dita. Dividido por sete, temos 10 anos. Uma década, uma geração. Esse é o período de análise para as políticas públicas e para os estudos sociais.
   Poderíamos continuar fazendo as divisões e obtendo os ciclos menores da vida da pessoa, esses ciclos servem para fazer diferentes cálculos de prazos para diferentes aplicações, até chegar ao ciclo menor, que é de 2 anos. A cada década esses cálculos devem ser refeitos, levando-se em conta a evolução da expectativa de vida das pessoas.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A Partícula Deus

A Partícula Deus


   Recentemente cientistas descobriram a existência de uma partícula que ficou conhecida como a partícula Deus. Essa partícula é a origem das massas das partículas subatômicas, e por estar intrinsecamente ligada à origem da matéria como conhecemos, foi chamada de partícula Deus. Ela foi teorizada em 1964 pelo físico Peter Higgs e por isso foi batizada de Bóson de Higgs. É o Bóson de Higgs o responsável pelas características das partículas subatômicas. Uma mesma partícula está na origem de todos os átomos.
   A ciência e a religião estão dizendo a mesma coisa. Existe uma origem comum para tudo. O Bóson de Higgs nada mais é do que o início da manifestação material. Ele não é a Causa Primordial, mas é uma partícula emanada da Causa Primordial, e o início da matéria.
   Nesse mundo nada se cria, tudo se transforma. Reconhecendo isto, e sabendo que existe uma Causa Primordial, fica claro que está Causa Primordial começa a se expandir e a se transformar em subprodutos. Como a Causa Primordial é a origem de tudo, toda a energia, tudo que existiu, existe e virá a existir no universo, ou melhor, em todos os universos, em toda a criação, em toda a manifestação, tudo isto, toda esta energia infinita está contida na Causa Primordial. Toda vida, todo o poder. A Causa Primordial é a origem de toda matéria, toda a vida e todo o poder, conforme estamos estudando. Então a Causa Primordial exala esse poder, essa força viva, essa energia em todas as direções, infinitamente.
   É impossível para o limitado compreender o ilimitado. Como conceber o infinito com uma inteligência finita? Mas podemos ter uma ideia, através de modelos e analogia.
   Todo esse poder, essa energia, essa vida que emana da Causa Primordial é uma energia luminosa, pois a luz é uma forma de poder, de energia, e também de vida. A escuridão é a ausência de luz, então a luz é uma forma de poder. A origem das cores e das formas. Então cada partícula dessa refulgência divina, desse brilho que se espalha em todas as direções. Cada partícula dessas, a menor partícula dessa energia, é a origem dos Bósons de Higgs.

O Ovo Supremo


   Para compreender melhor isso vamos utilizar um modelo. Vamos chamar essa refulgência que emana da Causa Primordial de Poder Absoluto. A partir do momento que a Causa Primordial se expande em Poder Absoluto Ela já está se transformando. O Poder Absoluto adquire as qualidades da Causa Primordial, mas este poder não é a Causa Primordial, ele próprio já é um subproduto dessa Causa Primordial, e ele é a origem de todo o resto da manifestação, por isso ele é a origem do Bóson de Higgs, o início da matéria. Como o Poder Absoluto se expande em todas as direções, a manifestação deve ter o formato esférico, só para nossa compreensão, pois a manifestação é infinita, mas é impossível para nós compreendermos o infinito, então vamos utilizar o modelo esférico. O planeta é esférico, o ovo é esférico, o átomo é esférico, então a totalidade da manifestação também é esférica. Seria como um ovo. A gema, o núcleo, é a Causa Primordial, a origem de tudo, Deus. A clara é o Poder Absoluto, toda aquela energia viva, todo o poder da criação e da expansão. A casca do ovo é a parte grosseira da manifestação, o mundo material. O lugar limitado pelo espaço-tempo onde vivemos e onde interagimos para depois podermos retornar ao Supremo. A casca do ovo é a borra desse Poder Absoluto, já é um subproduto dessa energia suprema, é onde o Bóson de Higgs passa a existir, limitado pela dimensão espaço-tempo, limitação esta inexistente no Poder Absoluto e na Causa Primordial. Vamos chamar essa casca, essa porção grosseira da manifestação, de Manifestação Material.

O Modelo Universal


   Podemos observar na manifestação que os modelos, os padrões, se repetem, por exemplo, um átomo funciona mais ou menos da mesma forma que o sistema solar. Uma sociedade pode ser analisada como um indivíduo, conforme já debatemos. O modelo macro é semelhante ao micro. Então, esse grande Ovo Supremo seria o primeiro modelo, o macro dos macros. O micro padrão dentro desse modelo seria o menor corte de um desses raios do Poder Absoluto que emanam da Causa Primordial. Se conseguíssemos isolar um desses raios e fazer o menor corte possível na raiz hipotética desse raio então teríamos a menor partícula, o micro padrão.

O Mundo Transcendental


   Esse micro padrão, essa menor partícula do Poder Absoluto, revestida de todas as qualidades desse poder absoluto, vai repetir o mesmo padrão do Ovo Supremo, assim como o átomo repete o padrão do sistema solar. Então, cada partícula dessas é um novo ovo. Dentro do Poder Absoluto, tudo é auto iluminado, pois o brilho, a luz, é uma qualidade do Poder Absoluto. Não tem como um raio de sol brilhar, se cada uma de suas partículas não brilhar. Então, dentro do Poder Absoluto, não há necessidade de sol ou outros astros reluzentes. Tudo brilha. Então, nessa parte da manifestação, cada partícula é uma planeta auto reluzente. Essa é a parte pura da manifestação. Vamos chamá-la de Mundo Transcendental. O Mundo Transcendental é o conjunto de planetas auto reluzentes, onde vivem as pessoas que já transcenderam aos desejos materiais. É o Reino de Deus. Em cada um desses planetas, Deus existe sob uma forma diferente e executa diferentes atividades para a felicidade de toda a sorte de pessoas. Deus se relaciona conosco da mesma forma que nós relacionamo-nos com Ele. Deus é infinito, e por isso existem infinitos planetas transcendentais para que, ao final de nossa existência nesse Mundo Material, nós possamos desfrutar com Ele em um planeta transcendental que atenda nossas limitações, no lugar mais agradável para nós. Esse é o Paraíso, o lugar perfeito, e o que é perfeito para mim, pode não ser para você, por isso a Manifestação Transcendental é infinita, pois é feita por um Deus infinito, para uma infinidade de pessoas. Então, cada planeta do Mundo Transcendental é a menor partícula do Poder Absoluto.

O Mundo Material


   Quanto mais longe do núcleo está o raio, menores são as qualidades de suas partículas, como se ele fosse perdendo a força. Lembrando que isto é apenas um modelo, pois a manifestação é infinita e o raio jamais perde a força, mas assim, ficaria impossível de nós compreendermos e de se estabelecer um modelo. Todas as qualidades estão presentes, mas elas vão diminuindo, então, do Poder Absoluto, vem a manifestação material. A borra, a casca, o dejeto desse Poder Absoluto é o Mundo Material.
   Diferente do Poder Absoluto, do Mundo Transcendental, a Manifestação Material não tem a capacidade auto reluzente que o Mundo Transcendental tem. Então, nessa parte da manifestação, cada partícula forma não mais um planeta, mas sim um universo escuro. Cada universo material é uma partícula dentro do Ovo Supremo. É uma partícula dessa casca. E o Bóson de Higgs é a menor partícula dentro desse universo. Subprodutos, nada se cria, tudo se transforma.
   Esse é o modelo de manifestação que eu proponho a vocês. Apesar de ser infinita, ilimitada, sem começo nem fim, precisamos entender como essa manifestação existe e funciona, por isso propomos um modelo de fácil compreensão para nosso cérebro limitado e finito. No próximo texto vamos analisar melhor como ocorre essa transformação do Poder Absoluto em Manifestação Material, e também nossa própria constituição e a constituição dos planetas transcendentais e dos universos materiais.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Indivíduo Social

O Indivíduo Social




   Já constatamos que essa manifestação material destina-se à interação das "centelhas vivas" do Supremo, para que possam transcender ao desejo, à luta pelo poder, e tornarem-se dignas do Reino de Deus. A interação social é então o mecanismo pelo qual transcendemos. Portanto, a sociedade é muito importante para nossa evolução. A sociedade é o motivo de estarmos aqui e é através dela que podemos nos libertar. Nós nos enxergamos nos outros, é assim que conhecemos nossas qualidades, nossos defeitos, nossos limites; e é assim que nos superamos, que evoluímos. Um indivíduo sozinho evolui muito mais lentamente do que um indivíduo inserido numa sociedade, isso já foi provado cientificamente. A diferença é gigantesca. Então, a sociedade é o meio necessário para a nossa evolução, ela é indispensável. Agora, para encontrarmos a sociedade ideal, precisamos entender o indivíduo. Passaremos a analisar então esse indivíduo social, dentro do conceito introduzido pelo parágrafo único do artigo 1º da nossa Carta Magna.

As Fases da Vida


   Todo indivíduo passa por cinco estágios de vida: nascimento, desenvolvimento, maturidade, envelhecimento, morte. O nascimento e a morte indicam o início e o final da vida do indivíduo, então, o indivíduo vive, na verdade, três estágios de vida: desenvolvimento, maturidade e velhice.
   O desenvolvimento é o período de formação do indivíduo, nesse período, a sociedade é responsável por este indivíduo. Este indivíduo em formação ainda não é capaz de executar seu papel na sociedade com plenitude, sendo dependente de outros membros da sociedade.
   O período de maturidade é o período no qual o indivíduo atua ativamente na sociedade, contribui para a manutenção da mesma com seu trabalho. São esses indivíduos que sustentam a sociedade.
   O período de velhice é o período final da vida do indivíduo. Nessa fase o indivíduo já cumpriu com sua obrigação dentro da sociedade, pagando com seu trabalho em troca do desenvolvimento que recebeu no primeiro estágio, e em troca do descanso merecido agora no estágio final. Nesse período o indivíduo pode não participar ativamente da sociedade, mas pode participar como consultor, como examinador, como mestre, etc., ou seja, compartilhando sua experiência.
   É muito importante que sejam definidos critérios justos na divisão desses estágios. Perceba também que os conceitos aqui defendidos aplicam-se as sociedades também, já que estamos falando de indivíduo social. As sociedades também nascem, crescem, se desenvolvem, envelhecem e morrem, dando lugar a novas sociedades.

Expectativa de Vida


   Perceba que a trajetória de vida do indivíduo começa com uma curva de ascensão, até atingir o topo, e depois vem a curva descendente. Devemos encontrar o ponto máximo, aonde termina a curva ascendente e começa a curva descendente, pois esse é o ponto onde o indivíduo está com a sua máxima capacidade de trabalho. Em condições ideais, ou seja, um indivíduo que tenha uma vida saudável, que tenha tido um bom desenvolvimento e boas condições de trabalho, o ponto máximo do seu desenvolvimento é no meio de sua vida. Em períodos de calamidade, guerras, pragas, etc, as pessoas sofrem mortes precoces. Por isso, para se calcular o ponto médio da vida de um indivíduo, devemos levar em conta a situação ideal.
   A média mundial atual é de 67 anos, porém, no mundo ainda existem muitos países em conflito, guerra civil, situações extremas que não podem ser consideradas no cálculo do tempo médio, pois fogem da normalidade. Devemos considerar apenas a expectativa de vida dos países mais desenvolvidos, onde as pessoas tem uma qualidade de vida melhor. O país com a maior expectativa de vida atualmente é o Japão, quase 83 anos. No meio da lista está o Egito, 72 anos. No Brasil a expectativa de vida atual é de 75 anos.
   Para extrair a expectativa de vida do indivíduo social para fins da divisão dos estágios da vida, vou considerar a média entre a média mundial, 66 anos, com a média do país com a maior expectativa de vida, o Japão, 83 anos. Pois a média mundial é o que temos hoje, incluídos aí todos os países em situações fora da normalidade. E o Japão é o país com o maior índice, ou seja, a meta para os demais. Sendo assim, nossa expectativa de vida fica em 75 anos e o ponto máximo é em 37 anos. Coincidentemente, o Brasil está dentro dessa média. O Brasil é o cenário ideal para o início da revolução, pois não é uma sociedade desenvolvida ainda, mas também não é uma sociedade vulnerável. Nós estamos bem no meio. Temos todos os elementos para nos desenvolvermos como as outras sociedades dominantes, mas ainda somos muito dominados, temos ainda muito em comum com aquelas sociedades ainda em conflito. Esse é o terreno fértil para a revolução. Não queremos nos tornar mais uma sociedade exploradora, queremos nos desenvolver, mas não dessa forma. Queremos encabeçar a mudança do mundo para a sociedade ideal.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A Causa Primordial

A Causa Primordial


   Vamos deixar um pouco a discussão político-social de lado para falarmos mais sobre a constituição original do ser, pois é somente através dessa compreensão que poderemos saber qual é a sociedade ideal. Entendendo o indivíduo, saberemos qual a sociedade que queremos. O quê somos? De onde viemos? Para onde vamos? Esse texto busca a resposta a estas perguntas.
   Independente da religião, ou mesmo quem não tenha religião, podemos facilmente observar que as coisas não existem sempre. Tudo tem um começo, meio e fim. Todas as coisas tem uma origem. Então se formos retrocedendo hipoteticamente no tempo poderemos chegar até a origem de tudo? Tanto a ciência laica como a religião dizem que sim. Para que tudo tenha uma origem, deve haver alguma causa primordial, antes de tudo, uma causa sem causa, a origem de tudo. A ciência laica desenvolve teorias a respeito disso. As religiões chamam essa origem de tudo de Deus. Vamos chamá-la de Causa Primordial.
   Essa Causa Primordial é a origem de toda matéria, de toda a vida. Como é a origem da vida, a Causa Primordial também é vida, e por ser a origem de tudo, está presente em tudo, por isso se diz que o Senhor é onipresente. Assim como nós temos consciência e inteligência, a origem de tudo também tem, e se é onipresente, logo, é também onisciente.
   Nossa existência e inteligência, conforme temos estudado nos textos anteriores, servem para que possamos transcender a esta condição material e transcender a uma forma de vida bem aventurada. Usamos muito a analogia do leite para constatar nossa condição de vida original. O leite pode transformar-se em vários subprodutos, como a manteiga, o creme, o iogurte, a coalhada, o queijo, o soro, etc. Porém, os subprodutos não podem se transformar no leite, mas o leite está contido nos subprodutos. Os subprodutos são e, ao mesmo tempo, não são leite. Assim como nós, e toda a matéria. Somos subprodutos da Causa Primordial. As qualidades da Causa Primordial estão contidas em nós, mas em uma proporção infinitesimal. Tudo ao nosso redor está contido na, e contém a Causa Primordial.
   A Causa Primordial é toda poderosa. Ela é a origem de todo poder. Por isso ela é toda refulgente. Cada partícula diminuta dessa refulgência é dotada de vida, de conhecimento e de poder, assim como a Causa Primordial. Mas essas partículas se confundem com a Causa Primordial, apesar de serem porções infinitesimais do Infinito. A centelha do fogo tem as mesmas qualidades que o grande fogo que a originou, mas em porções bem menores. A centelha do fogo é e, ao mesmo tempo, não é a fogueira. Assim, nós, que somos essa partícula do Conhecimento, Existência e Potência Eternos, o Supremo, nos confundimos com esse Supremo, e acreditamos que somos nós o Supremo. A origem do desejo, da luta pelo poder, vem da nossa condição de centelha da Causa Primordial, o Supremo. Todos nós acreditamos que somos o Supremo. Vivemos então em disputa para ocupar esse lugar. Mas é óbvio que nós não somos o Supremo. Nós não somos a fonte de todo poder, de todo conhecimento, de toda existência, não somos a Causa Primordial, somos subprodutos dela. Então, toda essa existência material serve para que possamos, através da interação com as outras "centelhas", percebermos nossa constituição original e abandonarmos a luta pelo poder, o desejo, e assim, nos rendermos ao Supremo e recobrar assim nossa existência original livre de sofrimento.

Ação e Reação


   O tempo e espaço são os eixos x e y da natureza material. Eles servem para criar o campo aonde as centelhas, os indivíduos, irão interagir entre si e lutar pelo poder enquanto acreditam que sejam o Supremo. Vale ressaltar que essa condição é inconsciente, lutamos pelo poder inconscientemente, devido à natureza da nossa constituição. Quando despertamos nossa consciência, nós passamos a enxergar esse desejo, essa inclinação natural a lutar pelo poder, e assim, através da inteligência, tentamos superar isso com a devoção ao Supremo. Mas para aqueles que ainda não despertaram, é preciso que haja a interação entre eles. A lei básica da natureza é ação e reação. Toda ação gera uma reação. A interação dos indivíduos no tempo e espaço está sujeita a esta lei. Você colhe o que planta, já diziam os antigos. Boas ações geram boas reações. Más ações geram más reações. Somos lançados nesse universo material para "brincarmos de Deus". Como nenhum de nós é Deus, é o Todo Poderoso, então estamos sujeitos às leis da natureza que regula essa interação e essa disputa pelo poder.
   Assim, nossa existência aqui só termina quando estivermos livres das reações de nossas ações. Essa é a roda da vida. Ele nunca para de girar. A única maneira de escapar dessa armadilha é abandonando essa luta pelo poder. Abandonando o caminho do desejo. Quando nos rendemos ao Senhor, nós abandonamos o resultado das nossas ações e cumprimos com o nosso dever dentro desse mundo sem nos apegar aos resultados, as reações, sejam eles bons ou ruins. Agindo dessa forma, nós nos livramos da roda da vida, e estando assim conscientes da nossa verdadeira constituição, nós estamos livres para retornar ao Lar, voltar ao Supremo.